Vaga-lumes é sobre aquilo que sobrevive no corpo: filme-resistência. A sobrevivência como ato resistente em existir: a fala no corpo. O filme parte das Minas Gerais, Brasil rumo a Sagres, Portugal: serve-se das águas como conexão entre terras distintas. No percurso do rio que corre para o mar: o barco, os sete viajantes e o tarot  compoem a trama. Do universo de metáforas, emerge o barco como casa sobre as águas, terreno instável para as experiências particulares e coletivas de homens e mulheres no tempo que escorre. Com imagens caleidoscópicas em um tempo suspenso, nascem os fotogramas como no jogo de tarot, lugar dos sonhos, do fantástico e das invenções. Sagres nos redimensiona, nos coloca diante de outras grandezas – a da natureza, do corpo e de suas relações. Não podemos ficar indiferentes às heterotopias que nos movem. Mas, no percurso, encontramos também as fissuras, as brechas, os espaços vazios, as dores e os estranhamentos. Um filme que se faz da parceria, das sobrevivências e do desejo movido por uma comunidade de potentes luzes, de pensamentos em intercâmbio, de imagens em movimentos, de danças, sempre, apesar de tudo.

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